Você já sentiu raiva de si? Eu dificilmente vejo as pessoas falando abertamente que sentem raiva delas ou que não se amam. Aqui eu falo sobre minha experiência e como canalizar a raiva que sentimos.
Neste post vou falar sobre:
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Explorar o sentimento de raiva pode ser a chave para entender a si mesmo e aprender a sentir raiva de forma saudável.
Acho que causa vergonha admitir ter esses tipos de sentimentos contra si, pois pode parecer que tem “algo de errado” com você
Por vezes, me odiar e me tratar baseada na raiva que sentia de mim mesma era algo comum para mim, mas aprendi que é importante saber como sentir raiva de maneira construtiva.
A autocobrança, a crítica extrema e padrões elevados sempre fizeram minha voz interna ser a mais carrasca.
Eu costumava dizer que meu próprio inimigo era eu mesma. Por maior parte da minha vida, eu era a pessoa que mais duvidada de mim enquanto me colocava à prova fazendo algo novo.
A busca por resultados era, na verdade, uma busca por autoaprovação.
Eu queria ter o alívio de sentir que algo finalmente estava dando certo.
Vivendo um ciclo repetitivo

Infelizmente, com esse tipo de autocobrança desumana, dificilmente algo chegava a dar certo. O ciclo se repetia e era geralmente esse:
- Expectativas altas eram (e ainda são) gatilhos para ansiedade.
- Ansiedade faz com que você perca o foco no agora, fazendo sua mente girar em possibilidades e possíveis resultados (positivos e negativos).
- Cansaço mental de cogitar várias possibilidades, faziam com que eu simplesmente escolhesse o que dava para fazer em meio a um “pessimismo” encoberto como “realista”.
- O resultado era um trabalho/esforço medíocre, aquém do meu real potencial, porém todo maquiado segundo vozes da minha mente (ansiedade)
- Resultado: negativo.
- Voz interna gritava o quanto eu não era suficiente e como eu tinha estragado tudo.
- Minha autoestima ia para o fundo do poço e eu me desanimava a tentar ou fazer qualquer coisa.
Se você também passa por isso ou por parte disso, você não está só nessa batalha interna.
Acredito que o perfeccionismo fez parte da minha criação. Eu ouvia desde criança a frase “se é para fazer mal feito, melhor não fazer”.
Até mais ou menos na adolescência, eu não via nenhum problema nessa frase. Até concordava.
Mas foi na vida adulta, com outros desafios e cobranças de diferentes áreas da vida que essa frase começou a inconscientemente ser meu martírio interno.
Afinal de contas…
O que é fazer algo “bem feito”?

Eu sempre tinha a sensação que eu dava meu melhor em tudo o que fazia. Só que há momentos em que o seu melhor ainda não é o suficiente para X coisa.
E até eu entender isso, eu me culpava e me inferiorizava.
O pior é que, eu tinha objetivos grandiosos e ambiciosos. Você já pode imaginar a tortura que era.
Para ficar mais simples de entender, imagine que você tem um pequeno negócio e precisa de alguém que sabe usar o whatsapp para responder seus clientes. Você abre a vaga e aparece mais gente que sabe fazer ligação, mas não sabe usar o whatsapp.
Essa pessoa tem um relativo conhecimento, mas não o que você precisa. Logo, você vai escolher quem já sabe usar o zap, correto?
Pois bem… mas ainda existe outra possibilidade: teu sócio diz que tem a pessoa para essa vaga e vai indicar ela. O famoso Q.I.
Então, na vida adulta, não é apenas competência, mas também é: networking, informações privilegiadas, informações internas, se promover para ser visto, etc.
Eu acreditei que contanto que eu fosse inteligente e tivesse a capacidade, eu conseguiria algo.
Claro, ainda acredito nisso, mas hoje entendo que há variáveis que pesam mais na hora de decidir por você ou não em algo.
Para: meu eu do passado
Quero te dizer algo que eu gostaria que tivessem me dito há 10 anos:
Não é sobre sua capacidade, competência ou inteligência. Não há nada de errado com você. Não adianta lutar contra o sistema. Entenda como ele funciona e dance a dança. Não leve tudo para o coração. A mente engana. Tenha mais compaixão consigo mesma. Lembre-se que tudo passa e vai embora, mas você será sua companhia até o último suspiro de vida. Por isso, se acolha e leve o seu próprio tempo para entender as situações e pessoas. Apenas viva um momento por vez.
Na verdade, isso me serve para o meu eu de hoje também.
Mesmo na atualidade, tendo consciência desses padrões, vez ou outra (principalmente em TPM), minha mente busca repetir eles.
Reprogramar a mente e os padrões de pensamento, emoção e ação não são fáceis. Falo mais sobre isso aqui.
E sim, hoje eu senti raiva de mim e isso me inspirou a escrever esse post, para refletir nesse padrão de “ódio próprio”.
Por que eu senti raiva de mim?

Porque eu me vi querendo resultados imediatos para aliviar um desespero interno.
O resultado não veio. Eu me culpei, me critiquei e logo estava com raiva de mim.
Agora: o que isso me agrega?
Nada.
Peraí, calma…. “Nada” se eu não fizer nada a respeito, mas e se eu fizer?
Raiva como combustível

A raiva é uma emoção como qualquer outra, ela não é nem boa e nem ruim, é apenas um guia interno sobre o que te faz bem ou não.
Por muito tempo eu achei que a raiva fosse uma emoção ruim, que não era para ser sentida e toda vez que eu a sentia, eu me reprimia, como se tivesse fazendo algo errado.
Até que um dia eu li sobre a importância da raiva na vida, como ela pode ser um motor de mudança e transformação se bem canalizada.
O que não é legal, é ‘agir sob a emoção da raiva’, ou seja, bater, quebrar coisas, gritar, violência, etc.
Todos nós sentimentos as emoções, seja ela amor, raiva, tristeza, alegria, inveja, etc.
E cada uma delas nos serve para viver a experiência terrestre, humana.
Quando você sente tristeza, essa emoção está te guiando para algo que ainda te dói ou que te machuca. Ela te chama para olhar para esse machucado, para sará-lo.
A raiva com algum comentário ou situação de injustiça quer te mostrar sobre algo que violou os teus limites pessoais, algo que você não aceita, que não é bom.
E assim é com todas as emoções.
Como canalizar a raiva?

Bom, quando eu senti raiva de mim agora há pouco eu tinha basicamente 2 opções:
- Ficar me odiando e perder o meu dia
- Focar no que eu quero melhorar em mim mesma
Eu decidi o 2. Se eu to chateada com a minha falta de resultado, então agora eu vou buscar me melhorar na área que eu estou ignorando há dias. Simples assim.
Não é necessário ficar me chicoteando mentalmente ou fugir para distrações (vídeos, memes, etc.).
Respirar e focar.
Eu sei… na hora que você tá sentindo a raiva, isso é impossível. Por isso, espere uns minutos. Veja a raiva dentro de você, sinta ela, mas não tome nenhuma atitude nesse momento. Mude o ambiente. Caminhe, beba uma água ou um chá.
Assim que sentir que ela diminuiu, esse é o momento de redirecioná-la e usá-la como combustível.
É isso o que eu queria compartilhar contigo nesse momento. Não se cobrar e não se odiar, mas se acolher e redirecionar o foco.
Ps. Esse livro pode te ajudar: O Poder do Agora
A vida é para ser vivida e não reprimida.
Um abraço.
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